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O projecto

A Quinta do Cerrado da Porta foi adquirida pelos seus atuais proprietários em 1995. Era uma propriedade de cerca de 3 hectares, com uma casa rural do século XVIII em muito mau estado de conservação. As obras de reabilitação do edifício demoraram alguns anos a completar. Terminada a primeira fase de recuperação, em 1999, os proprietários saíram de Lisboa, onde viviam, e foram residir na Quinta, com os seus dois filhos adolescentes. Ambos médicos, durante anos deslocaram-se quase todos os dias à capital, para cumprir a sua atividade profissional. Os filhos entretanto casaram e foram morar para Lisboa. Agora são os netos que passam os fins de semana na Quinta. 

A exploração vitícola

Inicialmente, dos 3 hectares de terra que rodeavam a Quinta, apenas um hectare era ocupado por vinha. Em 2011, com a criação da empresa agrícola "Cerrado da Porta Lda", foram adquiridos e arrendados mais terrenos, tendo a Quinta ficado com uma área de exploração de 17 hectares, dos quais 13 são ocupados por vinha, a maior parte plantada em 2013 e 2014. As variedades escolhidas foram 3 castas de uvas brancas (Chardonnay, Arinto e Moscatel Graúdo) e 5 castas de uvas tintas (Pinot Noir, Touriga Nacional, Syrah, Merlot e Castelão). Acreditou-se serem essas as castas mais adequadas às condições de um terroir muito especial, com solos argilo-calcários, orografia muito acidentada e um clima sujeito a noites frescas, manhãs enevoadas e forte ação dos ventos atlânticos.

A produção de vinhos

Durante anos, as uvas produzidas na pequena vinha junto à casa eram cedidas a viticultores vizinhos ou entregues na vizinha Adega Cooperativa de Dois Portos. Em 2011, com a criação da empresa vinícola e a construção de uma adega, o objetivo passou a ser a produção de vinhos de marca própria. Em 2013, com uvas comprados a viticultores da região, a Quinta produziu os primeiros vinhos. Só com a vindima de 2015 é que se entrou na desejada fase de produção exclusivamente com uvas próprias, vinificadas na adega da Quinta, pequena mas tecnologicamente avançada. Essa primeira vindima recolheu cerca de 55 toneladas de uvas, que produziram cerca de 40.000 litros de vinho. Passou então a ser possível apresentar os primeiros "vinhos de quinta", com pleno controlo da sua viticultura e vinificação. Atualmente colhem-se cerca de 100-120 toneladas de uvas por vindima, vendendo-se uma parte a grandes produtores da região e reservando-se as melhores uvas, de talhões selecionados, para vinificação própria. São comercializadas 4 marcas: Troviscal é a marca de vinhos de lote, ou seja, que criteriosamente juntam castas que se completam e equilibram; a marca Peripécia é destinada a vinhos varietais, isto é, produzidos a partir de uma única casta de uva, o que permite mostrar todo o seu carácter; a marca Capicua oferece vinhos doces, um licorosos e uma colheita tardia, para momentos especiais. Finalmente, a marca Quinta do Cerrado da Porta é exclusivamente destinada a Vinhos Espumantes de Qualidade.

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